quarta-feira, 9 de junho de 2010

Review: Batman XXX: A porn parody

O lançamento do ano. Ou do semestre. Não importa, o filme causou muito furor nos blogs sobre história em quadrinhos: uma paródia pornográfica da série Batman, exibida entre 1967 e 1969.

Vamos começar pelo roteiro: Lisa Carson, noiva de Bruce Wayne, é seqüestrada pelo Charada. Batman e Robin são acionado pelo comissário Gordon, mas adivinhe? O Charada não pede resgate. É uma armadilha armada com a ajuda de Curinga e Mulher-Gato. Lisa é a isca.

ATENÇÃO: SPOILERS!



Nesta primeira seqüência, do seqüestro, vale a pena ressaltar que:

  • Bruce Wayne e Dick Grayson jogam xadrez. Com quatro tabuleiros simultaneamente.
  • O pai de Lisa vai dar uma festa para arrecadar fundos para filhos surdos de pais cegos. Não lembro direito, mas acho que é isso mesmo.
  • Quando a dupla dinâmica escuta alguns gritos (o sequestro), Bruce Wayne diz que provavelmente é coisa do Alfred, o mordomo. Grayson nos brinda com seu primeiro bordão: Holly Viagra!
  • Alfred retorna. O telefone está tocando. O telefone especial está tocando. Bruce Wayne termina a partida com uma série de jogadas: Holly checkmate!
  • Depois de atender ao chamado do Comissário Gordon, abrem a passagem para a bat-caverna. Eu não lembro como era na série original, mas nesta paródia cada herói tem o seu próprio firepole, marcado com o nome de cada um. Ado, a-ado, cada um no seu quadrado.
  • O batmóvel, igualzinho ao da série clássica!
A primeira transa — Charada x Lisa Carson



Antes, um comentário: transa parece um termo antiquado, de tiozão hippie, mas eu gosto dele. Portanto vou usá-lo mesmo assim.

Lisa está presa em uma cela com cama ampla, vaso sanitário e pia. O Charada está do lado de fora, rindo freneticamente e falando com aquela voz irritante. Ele revela seu plano para Lisa e não demora muito para que ela sente na cama, mostre sua perna e peça um cômodo melhor.

A transa começa com o clássico felatio in ore.  O charada do lado de fora, passando seu membro através das grades para que Lisa comece o coito oral. Também temos mais risadas estridentes do Charada, que a um certo momento chega até a pular e dar gritinhos de felicidade.

Para piorar o clima, o Charada resolve entrar na cela com uma pegadinha:

— When is a pussy like a flower? When it has two lips!

A partir daí a seqüência é a padrão de qualquer filme pornô: felatio -> cunilingus -> coito vaginal -> coito anal -> ejaculação. A diferença é que ao longo da seqüência as risadinhas e os gritinhos do Charada continuam. E a empolgação do vilão vai a mil quando Lisa diz "Eat my dirty asshole". Definitivamente, eu não gosto do Charada. Um detalhe: achei a Lisa desconfortável em alguns momentos, especialmente durante o coito anal.

A cena da corda



Batman e Robin decidem invadir o esconderijo dos vilões, e para isso escalam o prédio usando cordas, como na série antiga, com a câmera virada em 90º. O ápice da cena é quando encontram Ron Jeremy em uma janela. Ele convida os heróis para uma festinha com a amiga dele, mas Batman e Robin continuam a escalada. Vale notar que Robin não conhecia Ron Jeremy: um reflexo da geração mais nova, que desconhece o trabalho de ídolos consagrados.

A segunda transa — Batman x Molly



Nosso herói entra em uma espécie de discoteca. Uma fã o reconhece: veja, é o Batman! O homem-morcego vai até o balcão e pede uma bebida. Enquanto isso uma mulher loira puxa assunto com ele: é Molly. Batman toma um pouco da sua bebida e vai dançar com Molly. Sim, ele faz o passo consagrado, com os dois dedos, o indicador e o do meio, deslizando horizontalmente pela linha dos olhos.

Batman começa a se sentir fraco e tonto: vítima de um boa noite, Cinderela!

Mas antes de entregar o herói para o Charada, ela pretende se divertir um pouco. E é aí que vemos a primeira performance sexual do homem-morcego. E pasmem: ele retira o batcinto de utilidades para ficar mais à vontade. A vilã é malvada mesmo. Dominadora. Quando Batman tenta falar algo ela já emenda um Did I tell you to speak, Batman?.

O mais marcante desta transa é o truque de Molly com a saliva, fazendo o cuspe cair em espiral ao longo do batmembro. Por falar no batmembro, tem uma lesão rosada ao lado dele. Parece um pelo encravado. Não sei. Difícil ter certeza, até porque isso some na outra performance de Batman.

Para os fetichistas, um spoiler: Molly usa salto alto durante toda a transa. Prateado.

Esta transa não tem a etapa do anal.

Aparece a Batmoça

Robin retorna ao comissário Gordon, que fala ao telefone com sua filha Barbara Gordon: bibliotecária e Batmoça. Holly transformation! Papo vai, papo vem, temos novamente a cena da escalada com cordas. Desta vez ninguém aparece na janela do edifício, mas a Batmoça escorrega e é salva pelo menino prodígio: Holly free fall! No que a a heroína bibliotecária pergunta: Is that a batarang in your pocket?

Dentro do edifício encontram o Curinga e a Mulher-Gato. Depois de um bate-papo e uma cantada mal-sucedida, Mulher-Gato e seu capanga vão embora (uma ótima transa desperdiçada) e o Curinga fica com duas "curinguetes".

Deixa eu falar um pouco sobre o Curinga: não é possível alguém como o Curinga conseguir uma transa tão facilmente. A única explicação é a hierarquia de poder. Além do cabelo verde arrumado com muito spray fixador, a maquiagem é um completo turnoff. A maquiagem, inclusive, passa por cima do bigode de Randy Spears. Outro inconveniente da maquiagem é que ela aniquilou por completo as chances de cunilingus nesta seqüência. Imagino que tenha sido esta a razão. Não seria legal ver as mulheres cheias de maquiagem branca e vermelha entre as pernas.



Este foi o primeiro ménage à trois. Fetichistas: as mulheres usam botas. E esqueçam, não tem lesbianismo neste filme. Esta transa também pula a etapa anal. Durante a ejaculação o Curinga exige que as moças dêem risada.

Robin e a Batmoça assistiram tudo. Robin bem que tentou tampar os olhos da moça, mas ela riu da cara de Grayson. O menino prodígio diz que eles precisam correr para salvar Batman, mas ela intima sem dó: Will you show me why they call you the Boy Wonder? Leitoras e leitores, neste filme Robin transa mulheres.



A Batmoça deixou um triângulo com os pêlos pubianos, o que dá um toque estético interessante. Não sei porque, mas triângulos parecem combinar com essa turma.

Esta também é a cena onde o conselho de Edna 'E' Mode faz todo o sentido: não use capa! Sério, elas podem ser perigosas, mas elas também são um pé no saco! O Robin tira a capa a uma certa altura, mas a Batmoça insiste em usá-la por mais tempo. É desastroso.

Depois da transa, os dois são presos pelos capangas da Mulher-Gato, mas não sem uma piadinha muito boa: Very impressive, Boy Wonder. Looks like you let the bird out of the cage?

O final



Chegamos enfim ao ponto onde tudo se resolve. Na sala estão todos os heróis e todos os vilões. Batman e Lisa estão amarrados. Robin e Batmoça também. O Charada continua insuportável. O Curinga ameaça matar Batman com um raio de uma arma esquisita. Robin grita com Curinga e Batman corrige a gramática do menino prodígio:

— You won't get away with this so easy!
— Easily.
— Easily!
— Good grammar is... very essential, Robin
— Thank you, Batman. 
— You're very welcome.

Agora, o pulo do gato. Melhor, da gata. A vilã mais ambígua dos gibis não concorda com o plano de matar Batman e resolve soltar os heróis. Mas antes, avisa: você me deve uma, Batman. E dá-lhe pancadaria: POW! THWACK! ZLONK! KAPOW!

Batmoça sai de cena, levando os vilões. Lisa Carson agradece Batman e também sai de cena.

Ficam apenas o homem-morcego, o menino prodígio e a Mulher-Gato: Holly threesome, Batman?



Indeed. O trio parte para a ação e. mais uma vez. com as malditas capas. Batman demora, mas acaba tirando a capa. Nada de anal. Ejaculação em dobro.

Quando terminam o serviço a Mulher—Gato pede para se limpar antes de partirem. E eis que, tchãrãããn: ela aperta um parafuso (uma porca, na verdade) e uma rede cai em cima da dupla dinâmica. Fumaça ou algum tipo de gás também começa a ser expelido. O narrador anuncia: será este o fim da dupla dinâmica? Não perca o próximo episódio neste mesmo bat-horário, neste mesmo bat-canal, etc.

Conclusão

O filme é bom. Dou nota 4/5. Esses quatro pontos vão pelo figurino, os cenários, as tiradas de sarro, a participação especial do Ron Jeremy, Dale DaBone imitando Adam West e principalmente pelo tributo à série. Além das transas, que também são boas e bem filmadas.

O ponto que tirei é por falha muito grave: não tem uma tensão erótica sequer entre Batman e Robin. Nem um comentário maldoso, nem uma piadinha, nada! Ignoraram por completo isso. E caramba, isso é como fazer uma versão pornô de Sherlock Holmes e não dar a entender que ele e o Watson curtiam pelo menos um leme holandês.

Mas acho que mesmo assim vale a pena perder duas horas vendo este filme. Nem que seja só pela curiosidade, caso você seja fã de quadrinhos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Um blog, uma missão

A missão é simples. Na verdade começou confusa, mas vou simplificar: resenhar material pornográfico.

Mas não me interessa a pornografia comum, como esses filmes em que um entregador de gás chega na casa da madame e ela logo pede "Pode colocar pra mim?" e ele diz que sim e de repente ela já tá sem saia, com a mão dentro da calcinha e dizendo "Então coloca aqui".

O que me interessa é material pornográfico que cause alguma estranheza estética ou intelectual. Por exemplo, paródias de blockbusters e séries famosas.

Tem coisa melhor do que ver seus heróis e heroínas transando e falando besteiras? Eu acho que não. Tem coisa melhor do que filmes que questionam o padrão quase cristão da pornografia atual? Eu também acho que não. E o que dizer dos nossos saudosos filmes da época do pornochanchada, o pornô arte, o pornô moleque?

Pois são esses que aparecerão por aqui. Sem moralismo e sem preconceitos. Estou disposto a resenhar de tudo. Vejamos o que a pornografia pode nos oferecer.

Avante, pornófilos!